Entrevista com vampiros
Não serei eu a repetir que Deus,
Escreve certo por linhas tortas;
a compreensão falha é lapso meu,
Se a não assumo, a verdade aborta,
Pois, pedi um fruto, Ele não me deu,
Encontrei só sementes junto à porta...
Aprendi, se quero manga recebo pano,
Seria mero zangão se não laborasse;
Trabalho é bênção, faz parte do plano,
gera fruto e experiência na sua face,
quis saber da perfídia, mentira engano,
foram enviados pra que os entrevistasse...
como são secas as falas desses párias,
até usam as nossas virtudes contra nós;
entramos anjos, saímos quais alimárias,
digo, nossa inocência vira burrice após,
cá estou, digerindo as minhas, várias,
vacinado, é certo, mas, a um preço atroz...
com esse jugo vergonhoso no cangote
assumo ser, ingenuidade, um traço meu;
de tanto que acreditei no mesmo trote,
engodo foi Minotauro, e nunca fui Teseu;
falsidade insinua vantagens quiçá, a adote,
dane-se! Chegou tarde, decência já venceu...
Dizem, vingança é prato que se come frio,
Entretanto, discordo, eis-me do avesso!
Aquela é só bastarda, foi a puta que pariu,
E companhia assim, sei que não mereço;
subam onde estou, ou, nadem noutro rio,
mas, do pódio de meus valores, não desço...