O “Tempo” que cada um tem…
O “Tempo” que cada um tem…
O “Tempo” é invariável, na sua sincronização universal;
Como não podemos controlar, com isso nos surpreende.
Passa por nós insuspeito, com uma indiferença integral
Deixando-nos reflexivos com algo, que não se entende.
Em determinadas situações dou por mim a cismar
Se em cada existência o “tempo” foi bem aproveitado.
Se foi só por incapacidade que não o puderam utilizar
Ouvindo gente que clama já estar da vida enfastiado.
Pessoas bem formadas, desaparecem na flor da idade
Interrompendo sonhos que custaram mil canseiras.
Outras vencidas pelo vício perderam a vida e dignidade
Destruindo a famílias, alegria de viver e suas carreiras.
Gente pobre e honrada, vive do trabalho toda a vida
E com sacrifício ajudam as famílias, para sobreviver.
Outros nunca transpiraram para arranjarem comida
Nem ocuparam o tempo a trabalhar, para a merecer.
Alguns não tiveram tempo para doar com altruísmo
E morreram deixando suas famílias na dor e aflições.
Outros ocuparam o tempo em roubos e vandalismo
Uma vida estéril com tempo a mais para destruições.
Alguns se tivessem metade do tempo seria bastante
Para se desgraçarem, sem tirarem qualquer proveito.
Outros por mais que vivam, merecem cada instante
Da vida, em que ofereceram paz e amor quase perfeito.
Para a alma, o tempo de vida é a coisa mais preciosa
Se a ela se dedicam, sentindo a validade desse viver.
Pedem a Deus que num ato de amor e misericórdia,
Que a retire do mundo se já nada tiver para oferecer.
Assim até parece que cada um acabará por entender,
Se já lhe basta o tempo ou se já o poderá dispensar.
Em serenidade e paz deseja noutro mundo ir viver
Aceitando sem vacilar que seu” tempo” deve findar.
Faro, 23 Setembro 2015
gmarques