Isadora

Isadora foi-se embora

Com o dinheiro da casa,

Não a vi nem em

Penumbras levianas.

Ah! Isadora esperta

Cadê o didim do jantar?

O que vestirei agora?

Essa Isadora vive me passando a perna,

Não posso piscar os olhos

Que já sinto falta de equilíbrio no bolso.

Um dia ainda pegarei ela,

Mas se bem que dessa leveza

De sorrisos prateados

Só me sobram bijuterias.

Ah, Isadora! Ah, Isadora!

Essa tua máfia é mais visível

Que gota de anil!

Agora estou sem casa e na rua,

E tu ai, rindo do meu desespero.

Ah, Isadora de sorte!

Durmo hoje na saudade

Dos teus beijos ardentes,

Mas vai, vai para longe.

Que a distância me faça

Perdoar teus erros insólitos,

Mas vai-te e não volte

Para ouvir perdão.

Teresina, 2015.

Marta Santana
Enviado por Marta Santana em 19/09/2015
Reeditado em 25/03/2024
Código do texto: T5387298
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