ODE AOS 82
ODE AOS 82
“GRACIAS A LA VIDA QUE ME HÁ DADO TANTO
ME HÁ DADO LA RISA Y ME HÁ DADO EL LLANTO
ASI IO DISTINGO DICHA DE QUEBRANTO
LOS DOS MATERIALES QUE FORMAM MI CANTO
Y EL CANTO DE USTEDES QUE ES EL MISMO CANTO
Y EL CANTO DE TODOS QUE ES MI PROPRIO CANTO”
MERCEDES SOSA
Sei que jovem não sou: não me ilude o espelho;
Advertem-me a pele, os ossos, a vista que falseia...
Mas à vida agradeço a mercê que me há dado
De haver chegado aqui lucida, confiante.
Frente aos desenganos, impus esperanças,
Dores suplantei... Na extensa caminhada levantei bandeiras,
Gritei por justiça; realizei sonhos... não apenas os meus...
Solidariamente a outros peregrinos estendi a mão.
Sem divagar em enfadonhos preceitos,
Abismar-me em saudosismos vãos,
Fiel às reminiscências, resguardo a memória
Apta a fruir lembranças vindouras.
Sempre adiante no tempo, desvendando caminhos,
Sinto a meu redor o palpitar da vida;
O perene e imprevisto suceder dos dias:
Encontros... adeuses....chegadas... partidas...
Lagrimas... sorrisos... decepções... deleites...
Vivi a Nova Era e dela trago marcas;
E nessa comunhão com o Cosmo infinito,
Sigo suas lições de Harmonia e Conforto.
Espero da Ciência um progresso fecundo
Na arte de curar tantos males do mundo.
Quero desfrutar de flores e canções...
De abraços fieis, de benquistas presenças...
Inda verei o mar em dias radiosos,
E ouvirei de sua voz os cânticos profanos,
Fruirei seu ondear lambendo-me a pele
Com carícias de seda e sabor de sal.
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