VICIADO

Quem bebe perde seu tino,
Torna-se, sem dó, assassino,
Daquele seu ser verdadeiro.
Logo a máscara se aflora,
Rindo do infeliz nessa hora,
Qual fosse o seu escudeiro.

Seu corpo se verga, na luta,
Cambaleia na sua conduta,
E diz o que não deve falar...
Depois do que disse, é tarde,
Arrependido, se sente covarde,
Já não há como o mal consertar.

A máscara sorri e gargalha,
Disfarça muito bem a mortalha
Envenena o corpo do ser...
Doente, ele sempre quer mais,
Imagina-se no rol dos imortais,
Preparando-se para logo morrer.