ESQUINAS

Vens, como advindo do nada

ou como um pássaro cego.

Vens, como descrito por muitos

ou como nunca antes dito por ninguém.

Tu não erras ou pensas que não

já não amas e sabes que não.

Mas, posso te curar

te encontrar na rua

compartilhar contigo o amor da minha mãe

ceder um gole do meu licor de romã...

- não há menosprezo por isto.

Sabes quem sou

onde caí, chorei

sabes que errei

durante anos estive em tuas mãos...

- marionete feita de traços.

Vi padres sem vestir batinas

bebi água de amor em poço...

- só que não era água limpa.

Sabes, fui menino, qual um menino andei

tive sonhos, muitos sonhos.

Os dias vieram e se foram

passaram feito a vida.

Hoje cresci, matei o menino...

- dentro de mim.

(Quantas casas construídas em esquinas

com suas portas fechadas,

dentro, os sonhos das meninas...

- nada a lembrar, nada a lembrar.)

Sezar Kosta
Enviado por Sezar Kosta em 16/09/2015
Código do texto: T5383943
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