Me vi escrava
Me vi escrava, já com as costas marcadas
Senti as dores que nunca pude expressar
Vi minhas irmãs andando acorrentadas
Oprimidas, açoitadas, já não sabiam chorar
Meu filho ouviu que um dia fugiremos
Oh minha terra! Estou morrendo de amor
Lembro seus campos e fraca eu caio em prantos
E aos meus deuses imploro que cesse a minha dor
Já perdi filhos que não aguentaram os açoites
Perdi minha honra no leito do meu senhor
Eu nunca pude demonstrar nem o meu nojo
E nem chorar o desgosto as minhas lagrimas vãs
Ouvi meu preto em seus discursos utópicos
Dar esperanças a meus cansados irmãos
Peles bonitas e também peles feridas
Uma família reunida sofrendo em outra nação
Queria eu ter muita força nos braços
E ao ver a morte eu não queria temer
Eu mataria o meu senhor em seu leito
Quando viesse o desejo de ter seu corpo no meu
Ah quem me dera não precisar sentir ódio
Eu só queria em minha terra ficar...
Mas hoje quero a liberdade e o sangue
Quero vingança e uma rede para eu poder descansar.