Galera
Com ignorar de todo o anseio da galera,
Dando-lhe munição à crítica de bandeja?
Aí nos podamos pelo que a turba espera,
Eles vivem a nossa vida, realidade mera,
Ao nos induzirem a fazer o que se deseja...
Mas, eu não sou da galera, apenas respeito,
Tanto quanto, respeito ofertam, recebem;
Agora, não venham fazer meu andar estreito,
Meu coração é meu, e tem cá outros pleitos,
Carece de águas mui suas outros não bebem...
Aí, nem venham censurando, botando banca,
A mão que acarinha também chama no tapa;
Razão sem razão é só uma perna que manca,
Sei que a galera espera pela fumaça branca,
Da minha vida sou cardeal, eu escolho o papa...
Não uso a cartilha daquele asno de Garanhuns,
Mascarando a verdade pelo que a turba espera;
Fingir soltar fogos quando solta os seus puns,
Se minhas escolhas ferem predileções de alguns,
Estou amando e andando, desculpa, galera...