Muralhas

E o tempo vai recheando a vida de esperas...

Tingindo o branco com o verde da primavera,

Sem junção, sem adição ou antigas quimeras;

Distribuindo essas estações, por tantas eras.

Emprestando para as linhas, os mesmos traços,

Para as palavras, os intermitentes pensamentos;

Assim, encurtando histórias, diminuindo o passo,

E esperançosas vidas, vão diminuindo tormentos.

Que se perdem entre reticências e tantos pontos,

Sem final certo, vão construindo cidadelas e fortes;

Vão unindo caminhos, outrora tristes desencontros,

Protegidos por muralhas, serpenteando um suporte.