Senhor tempo
Buscamos à todo momento experiência.
Vivemos, aprendemos e esquecemos a inocência.
Sentimos e agimos
Tudo de acordo com a nossa sentença.
Andamos,
erramos,
sonhamos
e amamos.
Somos imperfeitos.
Somos crias obcecadas com defeitos.
Procuramos sempre o melhor leito.
Descansamos e abrimos o nosso peito.
Sorrimos,
sentimos,
choramos
e caímos.
Buscamos o melhor pra nossa vida.
Corremos atrás da nossa própria alegria.
E nessas idas e vindas
sobre tudo esquecemos de viver.
Procuramos o aconchego
As delícias do mundo
e o prazer.
Não lembramos hora nenhuma
que pra ser feliz não precisamos sofrer.
Não precisamos de dinheiro
ou à alguém desmerecer.
Precisamos saber o valor da vida.
E não o preço que há de oferecer.
Levantamos,
pedimos,
agradecemos,
e partimos.
Como num toque sinfônico
Recolhemos nossas experiências
e controlamos o destino.
Tentamos impor culturas,
Dizimar raças,
e preparar as sepulturas.
O mundo está morrendo...
O mundo de alegrias e simpatias.
O mundo do abraço.
Do beijo e amasso.
O mundo do sorriso.
Do amor e do paraíso.
O homem tenta controlar o tempo.
Mas o tempo não tem controle.
O tempo pode ser remanejado
aproveitado e melhor utilizado.
O que é o tempo?
São horas?
São dias?
Ou são somente brisas do vento?
O vento não desperdiça o tempo.
Num realejo ele faz o momento.
Frescor ou frio, quando precisa.
Enquanto o senhor tempo prepara o manejo
nós arrumamos nosso próprio cortejo.
Num golpe desesperador
esmorecemos a visão.
Perdemos o olfato,
o sentido,
e deixamos de usar o coração.
E com tantos desejos,
vemos o almejo de cada emoção.
Cada alma e cada sorriso.
Com simples ensejos de viver,
podemos seguir em frente,
sem pensar que o pior pode acontecer.
E é assim que controlamos o tempo incontrolável.
Sorrimos,
sentimos,
choramos
e caímos.
Levantamos,
pedimos,
agradecemos,
e partimos.
Obrigado senhor tempo.