HOJE, O MENOR NÃO TRABALHA
Casca fina e caldo grosso,
Assim eu vendia o limão.
Pra passar no rabo do peixe,
E nas barbas do camarão.
Eu comprava pra revender,
No Mercado de Madureira.
E no trem da Central eu vendia,
De segunda à sexta-feira.
Picolé também eu vendia:
De abacaxi, chocolate e banana.
Nas praias do Arpoador,
Leblon e Copacabana.
Eu estudava e trabalhava,
E tive a carteira assinada.
Com doze anos de idade,
Já estava com os pés na estrada.
Casca fina e caldo grosso,
Assim eu vendia o limão.
Pra passar no rabo do peixe,
E nas barbas do camarão.
Hoje o menor não trabalha,
O Estado proíbe, achando ilegal.
Das drogas, se torna refém,
Sem horizonte, se faz marginal.
O trabalho não mata ninguém,
Sempre ouvia minha mãe falar:
"-Quem não trabalha, só come,
Lá na prisão temos que sustentar."
Sinto que o Brasil mudou,
Não foi pra melhor, foi para pior.
Se o trabalho engrandece o homem;
Sem horizonte, ele vira pó.
Assim eu vendia o limão.
Pra passar no rabo do peixe,
E nas barbas do camarão.
Eu comprava pra revender,
No Mercado de Madureira.
E no trem da Central eu vendia,
De segunda à sexta-feira.
Picolé também eu vendia:
De abacaxi, chocolate e banana.
Nas praias do Arpoador,
Leblon e Copacabana.
Eu estudava e trabalhava,
E tive a carteira assinada.
Com doze anos de idade,
Já estava com os pés na estrada.
Casca fina e caldo grosso,
Assim eu vendia o limão.
Pra passar no rabo do peixe,
E nas barbas do camarão.
Hoje o menor não trabalha,
O Estado proíbe, achando ilegal.
Das drogas, se torna refém,
Sem horizonte, se faz marginal.
O trabalho não mata ninguém,
Sempre ouvia minha mãe falar:
"-Quem não trabalha, só come,
Lá na prisão temos que sustentar."
Sinto que o Brasil mudou,
Não foi pra melhor, foi para pior.
Se o trabalho engrandece o homem;
Sem horizonte, ele vira pó.