RAP DO NAVAL DE BRASÍLIA



 

 
 
Um dia eu sonhei

Servir a Pátria Amada.
 

Sendo soldado fuzileiro
Ou Marujo da Armada.

Eu tinha dezessete anos
Quando fui para o quartel.

 

Lá me senti realizado,
Talqual um anjinho no céu.

 
Foi só no primeiro dia
Essa minha sensação.

 

Até que resolvi
Ouvir a voz do coração.

Obedecendo ao instinto
De forma irracional,


Nesse instante resolvi
Ser um Fuzileiro Naval.
 

No Grupamento de Brasília
Me senti um serviçal.


Era serviço um por um,
Coisa sobrenatural.

Desembarque, formatura
E sem poder estudar,


Não conseguia ver um futuro
Que pudesse me orgulhar. 




O Comandante do quartel
Mesmo sendo o tal "Parente",

 

Raciona o rango picado,
A água fria e água quente.


Lavar a farda, nem se fala,
Me fez sentir um delinquente.
 

O saco de lixo é minha mochila,
O rastelo o meu fuzil.


Não foi para fazer faxina
Que  estudei e me alistei
Na Marinha do Brasil.




A coisa foi ficando feia
E a liberdade eu perdi.


Ao saber que não poderia
Em tal regime progredi.
 
Rebarbei com o Sargento
Ao querer me transformar,

 

Em um ser subserviente
Sem direito de pensar.

 

Militares Estaduais,
PMs e Bombeiros,
Sendo forças auxiliares
Em condições são os primeiros.
São bem mai$ remunerados,
Que Oficiais Fuzileiros.
 
Quem ontem era rebelde
Hoje comandam o Brasil.


Corrompendo, lapidando 

E furtando a Nação

De forma covarde e ardil.


As FFAA brasileiras
Fazem continencia

Para ladrão condenado,
 

Que sobrepondo ao

Covarde Generalato

 

Se fantasia de queijo

Em festa de rato.




Fuzileiros de Brasília
Nunca viram o mar.

 

Não viram Navios de Guerra,
Também não sabem nadar.

Suas experiências com água,
Você pode acreditar.

 

Se resume em ver o lago
Chamado Paranoá.




No Grupamento de Brasília
Eu tenho que obedecer.

 

Seres despreparados
Que me impedem de crescer.

Não era isso que eu queria,
Logo me senti frustrado...


Não era esse o meu sonho
Por tanto tempo esperado.
 

Comecei a ser tratado
Como um gado no curral,


E não sendo respeitado,
Como um legítimo Naval.

A instrução era faxina,
Eu tinha que obedecer,


Ordens sem sentido,
Mesmo sem saber porquê.
 

Com um salário vergonhoso
Para um profissional,


Aprovado em concurso
Rigoroso e original.

Eu deveria ser tratado
Com o devido respeito,


Que se dizendo Oficial

Faz cara feia

E enche o peito.


Militares Estaduais,
PMs e Bombeiros,
Sendo forças auxiliares
Em condições são os primeiros.
São bem mai$ remunerados
Que oficiais Fuzileiros.



Os soldados das FFAA
São humanos sem direitos,


Que obedecem 

Ordens absurdas
A torto e a direito.

Um dia eu sonhei 
Ser um soldado de elite,


Mas o Regime Militar
Esse sonho não permite.
 

 A âncora da Marinha 
Quase me levou ao fundo.

 

E de certa triste forma
Quase me isolou do mundo.

Mas em tempo pude ver
Que era tudo ilusão.


E que nem sempre a gente deve
Ouvir à voz do coração.
 

Já não vejo a hora
Do meu tempo completar,


E em fim picar a mula
E aqui não mais voltar.

Sinto que perdi meu tempo
Sendo soldado no quartel,


Vou voltar pro Ceará,
Lá venderei caldo e pastel.
 

Lá, vou ganhar bem mais
E sustentar minha família,


E ter uma vida digna
Sem repressão que me humilha.

Estou lhe relatando,
Aconteceu na real

Com um jovem nordestino
Que sonhou em ser Naval.



Militares Estaduais,
PMs e Bombeiros,
Sendo forças auxiliares
Em condições são os primeiros.
São bem mai$ remunerados,
Que Oficiais Fuzileiros.


NÃO ADSUMUS!