Imago da vida

Eu queria tanto conhecer a tua natureza,

saber o que é que te passa aí dentro

invadir teus anseios e devaneios.

Dentro de ti existe algo

um sentimento expresso de tal forma

que me causa certas angústias

e ao mesmo tempo êxtases furtivos!

Eu não sei nada de ti,

com quem andas ou come,

ainda há incertezas do sobrenome,

e de tua parentela!

Pudera eu adentrar seu coração

feito uma borboleta que visita

uma casa antiga de vidraças quebradas!

Mapeando o coração eu faria

um viveiro, demarcaria territórios,

arrancaria sorrisos, clareza de olhares profundos!

Mas não! Deus me permitiu apenas ser imago,

sendo imago de mim talvez eu possa te encontrar,

e parar de querer conhecer-te!

A doçura do secreto é que me mantém,

analisando dedos e gestos,

copiando cada expressão,

cada palavra imposta,

cada expressão natural.

Sendo assim, ser imago é que posso,

sentindo e não sentindo,

deixando o tempo por mim falar,

e a inteligência de Deus em mim

vai montando cada resposta,

e meu ser te conquistando aos poucos,

na minha maluquice tamanha,

que me forma e me traduz,

no imago que vou vivendo sem medo

da vida real que aprendo todos os dias

a chorar e sorrir!

Daniel Cezário
Enviado por Daniel Cezário em 29/08/2015
Reeditado em 30/08/2015
Código do texto: T5363670
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