Ziguezague
Se Deus é tudo isso que é, que não sei e não tenho certeza,
Onde foi que eu tive a certeza de saber sobre tudo o que é o resto?
E eu, que sou?
Que tenho boca,
Entretanto, prefiro o beijo a fala.
Que tenho olhos e não disfarço olhares; carimbando logo louca curiosidade!
Que não escuto rumores de Deus
Sem cismar com sua (in)existência.
Certo que há coisas que falam o que são.
E talvez por isso eu as saiba.
Cultuo-o quando tenho a paz rasgada
E depois adormeço...
Tenho tanto sono que não vejo,
Nem sinto
Mais nada.
Sei o que fui porque já o fui,
Sei o que sou porque fui
E agora voltei;
E sou o que me tornei.
E amanhã,
Que nada se tem certeza
e se sabe?
Amanhã talvez seja Deus,
Que não encontro a localidade de sua misteriosa existência,
Que ainda não criou vida...
Mas é certo que o amanhã chegou hoje quando acordei
E parece que chegará amanhã também.