Balanço parcial 2.8
Tantas vezes me vejo e não me acho,
quão fundo fui ao fundo do espaço,
quis sentir e não senti nada,
sofri e ainda sofro com a ausência do abraço
O que quis ser nunca consegui.
Quebrei a cara com tudo que me meti.
De desilusões a minha estrada é repleta.
Aprendi que a Verdade é incompleta
Entre seres e não seres situo-me no “e”;
nego toda a certeza que diz que é;
afirmo toda suposição que desconfia ser;
paradoxo mor, pois, é jurar total falta de fé.
Paro para refletir enquanto o presente acontece.
Como sempre, do lado de cá, há mais autocríticas.
E de incertezas plenas o futuro se tece,
contradizendo quais esperançosas estatísticas.
O que resta é todo um estranho devir,
que de tão misterioso aguça o querer,
e, por me tornar incapaz de desistir,
aceitarei o desafio de alimentar o viver.