Balanço parcial 2.8

Tantas vezes me vejo e não me acho,

quão fundo fui ao fundo do espaço,

quis sentir e não senti nada,

sofri e ainda sofro com a ausência do abraço

O que quis ser nunca consegui.

Quebrei a cara com tudo que me meti.

De desilusões a minha estrada é repleta.

Aprendi que a Verdade é incompleta

Entre seres e não seres situo-me no “e”;

nego toda a certeza que diz que é;

afirmo toda suposição que desconfia ser;

paradoxo mor, pois, é jurar total falta de fé.

Paro para refletir enquanto o presente acontece.

Como sempre, do lado de cá, há mais autocríticas.

E de incertezas plenas o futuro se tece,

contradizendo quais esperançosas estatísticas.

O que resta é todo um estranho devir,

que de tão misterioso aguça o querer,

e, por me tornar incapaz de desistir,

aceitarei o desafio de alimentar o viver.

Helder S Rocha
Enviado por Helder S Rocha em 25/08/2015
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