O que opta pelo ter morre sem ser.

Mente, suavemente a si mesmo mente,

Aquele que quer ter mais do que sente.

Porque se fia na leda ambição da mente.

E o fiar doma-lhe vida soturnamente,

Que lhe faz crer, que é feliz e contente.

E este segue a caminhar debilmente.

E saciando-se no prazer excludente.

Morre a alma e o corpo, por fim o ente,

Que foi criado para o sentir excelente.

Mas o ter do poder não se fez suficiente.

E apagou-lhe a vida enquanto vivente.

E na hora do fim a alegria se faz ausente.

E então mais uma vez mente, suavemente.

E num sorriso forçado, triste e pungente.

Finge uma alegria que não lhe é presente.

Pois ambição matou o inteiro, eternamente.

(Molivars).

Molivars
Enviado por Molivars em 24/08/2015
Código do texto: T5357986
Classificação de conteúdo: seguro