Tapete de flores amarelas

Passos apressados por uma avenida comprida,

Bordada pelo amarelo dos ipês belos e floridos;

Perdido entre pensamentos o ser segue na vida,

Não vê presentes raros, botões de ipês caídos.

Pétalas varridas pelo vento, margeando a via,

Colorem o olhar, que entristecido, não brilhava;

Não via, que a natureza, ofertava também poesia,

E apenas alguns seres tocava, encantava, comovia.

Não pise nas flores, cuidado, são presentes divinos,

São lágrimas por te verem assim, absorto, sofrido;

Junte-as, ainda há perfume, ouça, como os sinos,

Retinem em teus ouvidos, um comovente pedido...

Para ter a leveza das flores, de suas cores suaves,

Colorir a alma tristonha, pois momentos bons e ruins;

São feitos para que de lágrimas alma se banhe, se lave,

Retire o pó que cega o olhar, e brilhe, do início ao fim.