resignação
Perdoe a resignação, não é nada,
Digo, é; inesperada, quiçá, diferente;
Tanto batemos em porta fechada,
Que parece que a porta bate na gente...
Ausente como chifres em gado mocho,
A ventura se revela um utópico motivo;
E quem acaba assim com o olho roxo,
É natural que procure por um curativo...
Quem disse que viçam só bens virtuosos?
Todo dia a vida vem mostrar diferente;
Dando palavras fartas para os mentirosos,
E o silêncio abafando a voz dos decentes...
Estacionei fiscalizado pelo parquímetro,
Fui ingênuo, mas, é mal que me perdoo;
O meu sentir não cambiou um milímetro,
Só as asas passaram a ter medo do voo...
Entre as tuas cinzas, vai que resta uma brasa,
Porra!! Como é ingênua e insana tal fé!
Sobra pano pra manga, ao botão falta casa,
Mas, quem precisa de asa, se o amor dá pé?