O CÊNTIMO E O EURO

Diz o cêntimo para o euro, revoltado:

Tens a mania das grandezas, eu sei,

Enriqueces à custa daqueles países

A quem emprestas teu dinheiro caro.

Eu acudo às pessoas mais pobres

Que compram com cêntimos, o pão,

E alguma fruta, é uma vera questão.

Responde o euro, incrédulo e irritado:

Sabes que dependes de mim, o euro

É forte e tem muito poder para decidir

A quem devo emprestar meu dinheiro,

Só ofereço resgates com bons juros,

Mesmo que deixe países em apuros.

Sei que tudo se tornará num vespeiro.

Replica o cêntimo, chocado, convicto:

Sabes que estás a perder a tua força,

Outras moedas estão agora a emergir

Com grande sucesso e tu irás descer

Até ao abismo duma Europa destruída

Pela tua maldita ambição, desmedida.

Contigo irei infelizmente desaparecer.

Conclusão:

A Europa voltará aos tempos antigos,

Do pós guerra em que havia valores

Que hoje não existem, estão perdidos,

Com muitos países assim sofredores.

A identidade dos povos era respeitada,

Hoje a dependência é assim marcada.

Ruy Serrano - 18.08.2015

Ruy Serrano
Enviado por Ruy Serrano em 18/08/2015
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