Opacos neons
Expectativas,
Essas linhas de chegada que traçamos por conta,
A vida não tem regras, tem riscos, esquecemos;
Ai quando a realidade avessa, nossa espera, afronta,
descobrimos o efeito alucinógeno do que bebemos...
Expectativas,
Esses estandes que montamos numa feira imaginária,
A vida não tem script, improvisa, feliz, ou, infelizmente;
E a cena real nem sempre bela, pode ser reles, ordinária,
Mas, é mais que a feira onde expomos o coração carente...
Expectativas,
Esses neons opacos que fixamos com parafusos do medo,
A vida não teme chantagem, paga pra ver, e ameaçamos;
Descobertos nossos ardis, somos enviados para o degredo,
Para fora da insana fantasia, onde prudência sequestramos...
Quer saber?
Danem-se as grandes expectativas, doa agora, o lapso da vida,
Antecipo-me às desilusões, sempre resta umas dores no fim;
Aborto resoluto, não quero essa praga de meu ventre nascida,
Se a ventura quiser surpreenda, bata na porta, busque por mim...