Abençoados os esquecidos
Olhos abertos leem o presente
nas linhas dos horizontes.
Fechados, o passado
nas entrelinhas dos anteontens.
Onde estamos? Onde entramos
quando amamos o perdido?
Encontrou algo Drummond?
Nietzsche? Bertold? O não?
O que restou, então?
Abençoados os que têm paz
por detrás das pálpebras fechadas.
Abençoados os que deixam ir os pais,
os mestres, amores, as estradas;
e têm na inquietude do sono
a força do esquecimento.
Porque bom é o esquecimento.
Abençoados os esquecidos...