Antagonismo
Como pode ser, alguém, alguém, quando não se pode ser ninguém?
Como pode alguém ser tão alguém e ser ninguém?
Como pode ser alguém ser o oposto de si mesmo na mesma pessoa?
Como ser uma pessoa se não pode ser a si mesmo?
Quem sou? Sou dor e sou furor;
Sou alegria e tristeza
Sou amor e sou ódio
Sou eu e não sou eu
Não sou você, mas posso ser qualquer um
Sou certeza e sou confusão
Sou inteligência, mas também sou a ignorância
Sou pó ou estrela?
Sou a luz e a escuridão é minha
Sou o teu gozo e o teu cativeiro
Sou sentimental, sou destruidor
Sou frio e sou calor
Sou ida, sou vinda
Sou o jogo, sou eu que crio as regras e sou eu quem as quebro
Eu choro, eu sorrio
Quem sou eu? Eu não sou eu, principalmente quando estou sendo eu
Sou uma Enígma, nada me decifra
Sou o caminho, sou o desvio
Sou a voz e sou o silêncio
Sou eu, mesmo sendo ninguém
“Quem sou?” é a pergunta
Ninguém responde
Mas se posso ser todos, até ninguém, por quê ninguém responde?
Quem sou?