O SOM DO CHOCALHO
Meu canto fala de luta,
Do encanto do lugar,
Fala da dança sagrada,
Do amor em cada olhar.
No chocalho eu tiro o som,
O som do meu pulsar,
Pulsa em mim o desejo,
De ver meu povo caminhar.
Dança povo guerreiro,
Dançamos pra festejar,
Festejo meu céu de estrelas,
Que kanata ayetu nos deu para orientar.
Chocalho a doce infância,
Vejo nela a nova geração,
De ser meu amanhã,
Continuando a árdua missão.
Não sou a descendência,
Sou a cultura forte a gritar,
Em meu ser a resistência Kambeba,
Até a 14ª geração não deixará de se afirmar.
Não vivemos mais como antes,
Mas, temos a memória de quem contou,
Que somos um povo guerreiro,
Porque o tempo e a cultura em nós não estagnou.
Recontar a nossa história,
Abrir a memória,
A literatura é nosso motor,
Na linha das eras, nos versos pensando eu vou.