Natureza morta.
Natureza Morta.
Eu já sentia, com alma contristada,
do horrendo fim, do pavoroso abismo,
que a aguardava, quando, estomagada,
dos meus conselhos ria com cinismo...
E hoje a encontro, sem brios, depravada.
Sexo inteira e a mourejar em vícios.
Rolando atoa, vendendo, a quase nada,
encantos vagos. Baixa e sem princípios.
E ainda tentei salvar o triste trapo...
Alçá-lo à lama em que vivia imersa...
Roubá-lo ao charco em que chafurdava.
Mas não me ouviu o mísero farrapo.
Alma perdida e ao nojo tão conversa.
Escárnio triste que eu já não salvava.
Aécio Kauffmann.