Dai-me
Dai-me!
Dai-me, senhor, dos teus, apenas um segundo.
E, se não é muito, pois ao que eu me atrevo,
pedir-vos, num dos meus momentos mais profundos,
já, de antemão, vos agradeço. E, em meu enlevo,
peço-vos ,contrito, que, em tua onipotência,
me façais sentir eu mesmo, neste agora,
que, súplice, preciso ,ter a consciência
livre das faces outras, nesta minha hora.
Neste momento, a vossa criatura implora,
ser ela mesma e, sem nenhum dos seus percalços,
possa mostrar-se totalmente desligada.
Para pedir-vos, que a façais resignada.
E entender que enveredou por um ,tão falso,
dentre os caminhos que percorre agora.