Eu sou...

Não findo

como finda uma árvore,

como finda um rio,

como finda um animal qualquer...

Não evaporo no esquecimento

da ausência de fé

como os anjos,

os mitos,

os deuses...

Apesar de serem eternos...

Eu morro...

Tão certo como eu vivo

No eterno paradoxo de minha fugaz existência,

Sei que um dia,

Num dado momento,

Num piscar de olhos,

Talvez agora,

Enquanto escrevo...

Vou morrer.

A cada sonho,

A cada gozo

A indelével certeza,

A consciência inevitável da morte

Mostra-me que vivo estou

Que sou um Ser vivente

Que vivo,

Que posso ser

Ou não ser...

Se assim eu desejar...

Igual a qualquer homem

Diferente de todos os outros entes

Na possibilidade das possibilidades

Ou na impossibilidade de todas as outras possibilidades

De ser...

Eu sou.

Nina Costa
Enviado por Nina Costa em 09/08/2015
Reeditado em 07/09/2015
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