O SILÊNCIO DE QUEM ESCREVE
Novamente o silêncio nos assola e pede a fala, fala disforme, sem sons, sem asas, apenas o articular do vento na mente de quem.
Sombra daquilo que destoa, a memória se traduz em arcos e pontes conectivas que na medida que absorve, é absorvida pelos ciclos temporais gerando hiatos que oportunizam o livre pensar.
Depois de tal hiato a poesia, ousada que é, deixa a rima de lado e flutua querendo saber daquilo que falta mas que tudo fala.
Silencia a fala porque silenciou o poeta caduco de cotidianos, mas que sabe que mesmo silente é presença gritante no seu eterno abraço com o que tece por escrita.
A palavra do poeta é encanto que habita o reino metafórico do humano; transita impune e imune do seu efeito sobre desavisados leitores que não mais se bastam na leitura, e por isso observam diretamente a origem daquilo que consideram arte e que desavisadamente parte da mente de quem não mais se silencia, por não mais saber se conter na inércia do escrever.