PERDA DE TEMPO
Inquietas mãos seguram o véu,
E o tremor tão camuflado,
Cruzando os dedos, é disfarçado.
Os pés não conseguem parar.
Em rodopios incalculáveis,
Não sabem sair do lugar.
O corpo, rijo, permanece.
Ausente de frio e calor
Tanta postura em seu rigor!
Em sua frente, olhando ao céu,
Já consciente deste seu véu,
Permite a lágrima cair.
E permanece... e adormece...
E nota que a vida se esquece,
Que um dia vai se despedir.