Contagem.
Minha casa, segue em silêncio.
A TV desligada.
Não desejo ver, nenhuma noticia.
Estou no chão e começa a contagem.
Um, dois, três... As contas chegam.
Mais contas, do que as que rezo.
Nos terços, ou, japamalas e afins.
E as contas crescem, além do que posso contar.
E a contagem, para mim continua.
Eu estou acabado, na lona.
A contagem dos bois, para o matadouro segue.
A contagem, é contínua e constante.
Em meio a tudo, que já contei em vida.
Hoje, não tenho ninguém para poder contar.
Mas, ainda digo, "pode contar comigo!"
Conte me, sobre o seu dia.
pensando bem, esqueça.
O que pode me contar de novo?
Afinal de contas, não temos a menor, compatibilidade.
No fim das contas, somos apenas, conterrâneos.
Contistas, sem nenhum conto.
Contidos, em contos que se estendem ao longo do dia.
Um plágio fluente, dos dias.
Um após o outro, eu me perco nas contas.
Graças aos deuses, tenho um calendário.
Ah, os deuses finalmente se cansaram.
Não me querem mais aqui...
Sinto-me mal, muito mal.
Que comece minha contagem regressiva.
Três, dois, um... As contas chegam.