ÀS VEZES
Às vezes te encaro
Mas nada falo.
Às vezes em ti penso
E quase não aguento
Você, isento de encantamento.
Às vezes te ligo
Quando não te sigo
Mas nada digo
Pois me tens como amigo.
Às vezes te chamo
No meio da noite
Mas quem responde
É a dura solidão.
Às vezes te toco
Por um instante te provoco
Depois sufoco qualquer aproximação.
Às vezes fujo de ti
Pra não me ferir
Pra não sofrer nova desilusão.
Às vezes saio por ai
Em busca sim, de ti
Embora esteja a me repetir.
Às vezes sonho contigo
E acordo aturdido
Grogue de paixão.
Às vezes choro
E quase ignoro
Que não dá pra viver sem ti.