SOLIDÃO

Por trás das grades,

O escuro da cela,

A dor da tristeza,

O frio da espera,

Retrato da dor,

Encarcerado feito fera.

Fera que agride,

O perigo se vê,

Será que sou bicho,

Por na mata viver?

Aonde estão meus ancestrais,

Venham em nosso socorro nos atender.

No rosto sereno,

Assustado feito um quati,

Não sei qual a acusação,

Apareçam os que me puseram aqui,

A ganância de ter, desse povo puxi.

Mantenho na mente,

A tranquilidade que vem de Tupã,

Na força de ser cacique

A resistência de ser nação,

Dessa forma não conseguiremos

Viver nesse mundo-cão,

Não esqueça que em teu ser,

Corre o sangue da minha nação.

Nação que há tempos

caminha na direção,

do grande lugar sagrado

abençoado solo, onde cresce a plantação,

alimento que retiro, sem agredir seu coração.

Mas meu ser foi ferido

Com a flecha da ambição,

Não deu para escapar,

A maldade só faz sangrar,

Enfraqueceu nossas forças,

Mas os parentes chegam pra ajudar.

Por isso temos em nossa essência

O amor que vem de gerações,

Nos passaram nossos pais

como elo de União,

Tratem bem uns aos outros

Para resistir, garantido a cultura

aos pequenos que vivem e aos que virão.

Precisamos viver livres,

E temos convicção,

Que não somos culpados,

Disso temos comprovação,

Um pedido a todos fazemos:

Nos tirem dessa prisão!

Voando livres como um gavião.

No céu da SOLIDÃO!

Márcia Wayna Kambeba
Enviado por Márcia Wayna Kambeba em 25/07/2015
Código do texto: T5323408
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