CAIÇUMA DA LIBERDADE
Vamos pegar nossa caiçuma,
E na dança beber para encontrar,
A força que vem da floresta,
da mata, da terra e do nosso rio-mar.
Ouvir o conselho dos anciões
Sabedoria neles vamos buscar,
Na aldeia o povo está em silencio
Aprisionados em seu interior, o canto não vai entoar.
Os guerreiros se preparam para lutar,
O jenipapo indagando se enfureceu,
Soltou tanta tinta que a pele do guerreiro enegreceu,
O urucum na cara do "índio" enraivado apareceu.
A pele já foi grafada,
Pra lutar já está preparada,
Somos poucos mas mantemos a união,
Não queremos guerra, mas não abandonaremos os irmãos,
Pra essa dança chamamos mais nação.
Vem! vamos dar as mãos?
Os meninos já não brincam no igarapé,
Na mata o curupira deixou um sinal,
Os filhos de topã precisam de liberdade.
Prisão! Pra todos ela sempre faz grande mal.
Aumenta a revolta e deixa agressivo até um animal.
Respeitem aos povos da terra!
Que por tempos resistem a guerra,
Justiça! O que dizer dessa senhora que já nasceu cega?
Não sou "letrado" mas meus 70 anos não nega,
A experiência em ser liderança minha alma carrega!
Liberdade aos Assuri, seu lugar não é uma cela!