Cilebe

Hoje completo cinco anos de idade,

Sou novo, mas andei muito pela cidade,

No meio dessas longas andanças

Encontrei-me com uma, das várias, crianças.

Desta vez eu estava sozinho, fugi da mamãe,

Assustou-me com sua brilhante mama e

Seus cabelos mal arrumados.

Despistei-a, espero não ter traumatizado-a.

Fitei aquele pequeno ser brincando,

Cibele, eu logo fui me apresentando.

Sem levantar o olhar respondeu-me, Acácio...

Mas pode me chamar de Akakios, a princípio.

Somos incoerentes, meu cabelo loiro - liso

E ele encaracolado - castanho, analiso...

Entretido com o seu brincar na areia

Em frente a sua casa, próximo a mercearia.

Pouco tempo se passou,

Minha mãe logo me encontrou.

Tentei me explicar de todos os modos...

Uma linda mulata surgiu, ficamos assustados.

“Vamos embora para casa”

Dito em coral e com olhar de ameaça.

Senti no ar um clima de rivalidade,

“Venha!” A voz soou com autoridade.

Recusei-me o local abandonar,

A minha mãe, pus-me a enfrentar.

Com sussurro de decepção começou a questionar:

“O que está fazendo? Devemos Voltar!”

Os três paralisados, surpresos,

Dei liberdade aos meus sentimentos presos.

“Mamãe por que age assim comigo?

A senhora sabe que não tenho amigo.

E quando finalmente encontro,

Impõe-me o fazer como um maestro.

O que tem de errado?

Em eu ser mais humorado.

Trocar risadas e brincadeiras,

Sem limitações em minhas maneiras,

Sair em aventuras com essa nova amizade,

Ter histórias para contar com honestidade.”

“Filho meu... Você não entende,

Do risco e do perigo, sozinho, que tende.

Escute sua mãe, não conhece esta gente,

Não sabe das maldades que elas têm em mente.”

“Como posso saber

Se acabei de conhecer?

Uma melhor aproximação, procuro estabelecer

E a confiança deles tento receber.

Não percebe que são essas pré-suposições

Que perturbam as verdadeiras definições,

Atrapalhando o bom relacionamento

De todos, neste exato momento.

Abra seus olhos e preste muita atenção

Devemos abandonar esta superstição,

Que só existe maldade dentro das pessoas.

Foram iludidas assim, mas algumas são boas.

Assim como a senhora, ela está preocupada,

Não desconsidera ninguém desta estrada.

Gosto dessas pessoas, pelo o que são,

A diferença! Melhor compreensão.

Então, ao menos dê uma chance,

Faça algo social, uma festa e dance.

Não podemos nos destruir por substantivos

E nem muito menos, por adjetivos”.

Somos todos um só, que precisou se dividir para pode se entender.