Solidão Urbana
E todo esse cansaço
Que quase sempre disfarço
E nesse dia de mormaço
Com cara de fracasso
Alimenta teu amor sozinho
Desentoado e sem carinho
Assustado e sem caminho
Como pássaro sem ninho
Busca fugir da solidão sem jeito
Uma dor que anda pelo peito
Suave como o rio em seu leito
Descansa no devido seu direito
A cura sobe e desce andares
Entre o mórbido e artificial luminares
Um ímpar entre números pares
O som musical que bebe nos bares
As paredes do quarto são teu abrigo
De louco a lúcido, está o perigo
Entre livros e comprimidos... seus amigos
Choram no limiar do teu umbigo.
Henrique Rodrigues Soares – Horas de Silêncio