A VIDA É UMA CORRIDA DE 100 METROS BARREIRAS
Nesta corrida de cem metros que fazemos,
São dez as barreiras que nós enfrentamos,
Correspondentes a cem anos de vida vivida.
Os primeiros dez metros, são os dez anos,
Que a vida nos sorri inocente e com alegria.
Os dez metros seguintes, corremos céleres
Até aos vinte anos, atingindo a maior idade.
Ao corremos os trinta metros, são trinta anos
Que atingimos, com as primeiras surpresas
Que nos tentam prejudicar, causando danos.
Ao saltar a barreira inda mais quatro vezes.
Sofremos as maiores revezes dos invejosos,
Que arremessam para a pista, perigosos
Objectos para tropeçarmos como revezes.
Sem resultado, por sermos perseverantes.
Os dez metros seguintes que se completam,
São cinquenta anos, de corrida permanente,
Que a vida não cede e continua persistente,
Apesar das vicissitudes e da contrariedade,
O que prevalece é a sabedoria e maturidade.
Ao corrermos os sessenta e setenta metros,
São mais duas dezenas de anos de doenças
Que nos ameaçam, e as forças a falharem,
Muitos ficando pelo caminho, outros fortes,
Continuam com fôlego as barreiras saltarem.
Depois dos oitenta metros e atingindo cem,
Inda muitos corredores na vida se mantêm
Na corrida com a meta brevemente à vista.
Outros rendidos pelo cansaço não resistem,
E vencidos pela vida, desiludidos, desistem.
Depois dos cem metros e dos cem anos
A corrida perde interesse, muito precária,
Torna-se um peso para si e para a prova
De vida, sempre a correr, atrás dum mito
Do que se viveu, sem regra último suspiro.
Ruy Serrano - 16.07.2015