VÉU DA NOIVA
VÉU DA NOIVA
E aguardando o que não conheço nada tenho a pedir.
Meu amor é um justo sem cruz
que caminha pelas vielas de pedras sabão.
Meu ser feliz é um certo ser inquieto que acalma,
pois ergo-me de entre as dores que são rochedos.
As mesmas arvores sopradas pelo vento
e que quando faz viajarem as folhas
que gemem a dor da queda.
Agitam-se os mares do céu,
que sem mais ruído avançam
pelos caminhos dos vendavais,
dos demônios que sempre nos observam,
das visões que acima de nos padecem
nos campos áridos de ferro.
Do esforço,
do não compreender,
das brigas levemente douradas por beijos,
do sol que faz a volta por trás dos ramos de outono,
do frio das pedras que amparam o véu da noiva
que consola-se trêmula nos braços calmo do lago,
noivo que á chama.