Lembro-me

Lembro-me

As lentas nuvens fazem sono,

O céu azul faz bom dormir.

Boio num íntimo abandono,

À tona de me não sentir.

F.Pessoa

Sempre quando eu paro

Não me percebo ao atinar

Sou desconhecido de mim mesmo

E não sei mais como mo encontrar...

Leio meus versos e me desconheço

Não me vejo em meus versos idos

Meus versos não são mais meus

São versos de todos os seres sofridos...

Esses versos não são meus vocifero!

Não queria ser assim tão incógnito,

Mas fazer o quê? Só faço escrever...

Queria me achar, é isso que eu espero,

Encontrar nesse escrito tão mais bonito

A bela poesia que me pus nela a viver...

D. Ferreira Yossef, 16/03/2015