A Lamparina e o Barco

Cai noite... eu e o cão...
Passeio; beira do mar.
Lamparina longe...
Horizonte; distante praia;
Infinito!
Um quase grito...
Mas calar e admirar...
Ninguém seguia; luz brilhante!
Vela que carrega vela!
Tela pintada em letras;
Canetas que não esgotam;
Mente pródiga, criativa...
Tinta viva; renascer mundo;
Seres vagabundos;
Mares, marés distantes...
Pensar; instantes; barco;
Iris Arco; nave que irrompe;
Marinheiro; barco conduzido...
Não sofria; sorria, provavelmente!
Pensei: ele sente leme; sente
Vela, ondas crescentes...
Vai a luz, iluminado escuro caminho;
Maré cheia engana sem parar!
Luz à distância... nem barco, nem marujo;
Quietos; irmãos gêmeos!
Longe, não longe que eu
Não imaginasse a sós!
Sozinhos, ondas e céu escuro!
Lamentações; só pescador...
Dor de ir, medo da volta;
Porta aberta; casa deserta;
Convés vazio; cheio; água no meio...
Frio fere carne... madrugada!
Amanhã ele alegre: peixes; namorada!
Cedinho, não vi marujo chegar,
Senti, longe, barco passar!
 
Ubirajara Sá
Enviado por Ubirajara Sá em 06/07/2015
Código do texto: T5302099
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