O doce que no olhar me sacrifica


Sou a doce névoa, o amargor da fruta, a única sendo
A amante do paladar teimoso e do amôr cansativo...

E pertenço a mundos, profundos eus ou sentimentos
Esta que seria sua arte, o seu esplendor, muito ardor

E é na luz que situo meu lar, minha fronteira, sabida!
O que me faz ser e sou, perfilando cantigas e dores!

Amei e fui deixada, em bandeiras, fronteiras perdidas
E sou a mais calma, a mais calada, infortunada dama

Na doçura de meu encantar resvalo por desfiladeiros
Sujo as vestes tuas, e pelos mártires desse outrora

Chorei águas salgadas em cada porto que machucava
Mas tu me renegavas embora um oceano fosse frio...

No calor de uma chama que declama luzes, fui amada
Na mentira, no desfazer dos desgostos e tu o sabes!

Tenho o doce gracioso da esperança e nada poderás
E o seu sal além da terra deserta deixa-me renegada

Este meu amôr agora esmorece por tua causa fútil...
Olho no espelho a verdade que sacrificamos juntos

Ali e aqui, a cada esquina antiga, deixa-se conformar
De que sou a sua Nemesis, seu cala-dizeres, martírio

Por causa de você fui a enfadonha heroína, sempre...
Ficamos no fim longe da chama que devia ser acesa!

 
Jurubiara Zeloso Amado
Enviado por Jurubiara Zeloso Amado em 29/06/2015
Reeditado em 29/06/2015
Código do texto: T5294260
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