A Inexistencialidade de Todos os Seres.

A metade de mim é fluência.

A outra parte desaparecimento.

Sou o mimetismo de duas realidades.

Inexauríveis.

Tenho em cada uma das metades.

Complexidades incompreensíveis.

Além de ser estudioso.

Sou em síntese pasto de bactérias.

Como posso sentir orgulho.

Quando a constituição dos meus átomos.

Caminham solitariamente.

Para ser apenas poeira cósmica.

Tudo que tenho é a linguagem.

E não o espírito.

É magnífico viver e não ter uma alma.

Quimicamente ser essencialmente.

Igual a qualquer animal.

Derretendo e acabando na insubstancialidade.

Do mundo natural.

Além de tais descrições.

Sou a evolução de um elo símio.

Que conseguiu na referida.

Desenvolver o bipedalismo.

Duas grandes revoluções.

A primeira a modificação curva da coluna.

Transformando em ereta.

A segunda as cordas vocais.

Posteriores.

Todas as demais revoluções foram normais.

Previstas por leis naturais.

Se o homem não tivesse desenvolvido.

O fenômeno da linguagem.

Seria eternamente um chimpanzé.

Matando os macaquinhos novos.

Para as mães retomarem o ciclo procriativo.

Aceitando naturalmente a cobertura.

Porém, tudo isso.

O que devo refletir.

Algo mais profundo que o DNA evolutivo.

De onde vêm os átomos.

Que transformaram em células.

Que determinaram ser o Homo Sapiens?

Um milagre da criação divina.

Diria pura ilusão.

O fundamento da incausalidade.

Da origem da antimatéria.

O que significa epistemologicamente.

O fundamento do nada.

A essencialidade das mesmas coisas.

De todas as origens.

Remontam a tal princípio.

O antes era apenas o vazio.

Motivo pelo qual existimos.

Apenas o fundamento da existência.

Da antimatéria.

Substanciada na anticausa.

Retrospectivamente.

Em um determinado ponto.

A incausalidade em um tempo sem historia.

A inexistência.

O princípio fundamental de todas as coisas.

O que devo refletir com sapiência.

Ser o fluido da não existência do ser.

A ficção dos sonhos em ser.

Contrariamente.

Significa mergulhar na ideologia da alienação.

Pior que tal compreensão.

É o entendimento da realidade.

Como algo completamente vazio.

O que compõe a nossa realidade existencial.

A antimatéria conseguiu evoluir para matéria.

O nada conseguiu criar os átomos.

A antimatéria a matéria.

Entretanto, jamais o espírito.

Como então poderia existir deus?

A não ser a imaginação.

De uma memória linguística delírica.

O que entendo é o vazio.

O princípio fundamental da inexistência.

Com efeito, olhe e reflita a respeito da existência.

De todas as coisas.

São exatamente irreais.

Refiro do ponto de vista de suas eternidades.

A única eternidade é a negação da materialidade.

Todas as coisas são inexistentes.

Mas estão soltas no vácuo.

Dançando interminavelmente.

Para serem e não serem ao mesmo tempo.

Sem substancialidades em suas realidades.

O que somos?

Repetições temporárias de ficções imaginárias.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 29/06/2015
Código do texto: T5293631
Classificação de conteúdo: seguro