O Que O Mundo Não Conta
E foi assim feito um graveto que ressecou
n'um tempo oco que nada coube, que nada preencheu.
Permaneceu entre vírgulas e interrogações,
algumas vezes fez-se cedilha que só coube em certas ocasiões.
Não soube voar, inventou voos...
Rastejou feito réptil no habitat proposto.
Girou nos seus 'giros' sem conexão
nas tantas circunvoluções que pareceram rasas,
ou fundas demais...
Quantos quilômetros já foram percorridos?
Quantas páginas do calendário foram riscadas?
Quantos risos no canto da boca fizeram tremer os lábios?
Quantas vezes lágrimas lhe lavaram a face?
Quantos e quantos silêncios falaram de si?
E foi assim que palavras ganharam vida
p'ra derramar rios solitários de sentires...
E assim sentires se fizeram verdades espargidas nesse mundo
que nada conta, mas só quem o sente é capaz de percebe-lo...
Um vazio pleno onde o amor transborda e fenece no mesmo momento...
Nessas linhas que logo cairão no esquecimento.
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