ONTEM, HOJE, AMANHÃ
PELO ONTEM
Ontem escolhi sementes que colherei de pomares encantados de meu conviver.
Ontem omiti afluentes que captei de afluentes originários do âmago de meu ser.
Ontem emiti precedentes que aventei de tempestades dormentes de meu querer
Ontem esqueci atenuantes que ressaltei defeitos existentes de meu padecer
Ontem permiti vertentes que exaltei das lições e lidas de meu viver
Ontem acolhi parenteses que atravessei nas estradas de meu conhecer
Ontem insisti requintes que recriei em cenários de meu estarrecer
PELO HOJE
Hoje estou me achando... de repente me perco de novo e sigo em frente.
Hoje estou me sentindo... de repente me emboto de novo e perco o juízo.
Hoje estou me enquadrando... de repente me largo de novo e saio matando.
Hoje estou me exibindo... de repente me encolho de novo e entro no ciclo.
Hoje estou me causando... de repente me colho de novo e vou saboreando.
Hoje estou me expondo... de repente me guardo de novo e sou reserva.
Hoje estou me alegrando... de repente me desperto de novo e caio morta
PELO AMANHÃ
Amanhã aqui dentro é defronte tratado no cotidiano de tempo ido.
Amanhã aqui dentro é desponte erguido entre meta e sonho precedido.
Amanhã aqui dentro é monte surgido no sento do sonho ungido.
Amanhã aqui dentro é fronte talhada na idade do tempo concedido.
Amanhã aqui dentro é horizonte concebido naquilo que antes era ávido.
Amanhã aqui dentro é desmonte caído no que hoje se torna vívido.
Amanhã aqui dentro é ontonte arrancado no dia seguinte surgido.