SOCIEDADE QUASE "MUDA"
SOCIEDADE QUASE "MUDA"
Tudo é preciso ? Viver não é preciso.
Cibernética, nanotech, pixels aprisionados em caixas cada vez mais lilliputianas,
Será isso positivo ou positrônico, é difícil tecer um algoritmo,
Integração há mais de 10 mil km em 1 ou 2 segundos, picossegundos ?
Internet, tv’s inteligentes,
Computadores já com terabytes,
Mini robóticos nos invadem a carne,
Na rua, passamos e esbarramos os ombros sem uma palavra,
Estamos falando com os dedos. Não, não em libras,
Libras para o homem hightech é apenas dinheiro,
Silêncio nada oportuno, uma disrupção comunicativa,
Os aficionados Booleanos crescem,
Conhecem apenas o 0 e 1. Não é brincadeira de criança,
Gostos, desejos, nicho, instruções,
Tudo controlado e medido,
Há os Alfa + como Huxley disse,
Nada Admirável mundo que aspira o novo, com os mesmos vícios,
Expurga a essência do homem, quanto as libras,
Nascituros homúculos, sem almas com seus egocentrismos,
Pandemonium ! Criam-se demônios. São os bodes expiatórios dos homens,
O valor não é valorado, o dinheiro consagrado,
Teramilhões, e bilhões sem alguma coisa,
Novamente Huxley, terei eu um umbilical com álcool ?
Mas minha mente não está privada,
Não há “Eisntenia” ou astenia neural,
Axioma é um placebo necessário nesse ideário,
0 / 1 nos esquadrinha e revela-nos,
Conhecem-nos, para nós, resistir e frenar,
Consequência de nossos desejos não filtrados,
Rastreiam-nos pelo Ovoide Oblato com precisão cirúrgica,
Lat Xº Y’ S e Long Wº Z’O, boom !
Escombros, milhões de ideias voltarão ao escaninho universal, sem análise,
Antropogenia, não mais em voga, insurge a tecnocentria,
Acham que precisamos ser mais rápidos,
Mais inteligentes, os chamados gênios,
A terra melhorou com eles ?
Nos querem macular em nosso cerne,
Injeta-nos nanos nas sinapses para aumentar as velocidades da neuroglia ?
Somos agora plugados em um mundo de milhões de Mgbyets, sem uma palavra,
Ensaios de loucura, síndrome de Pierre-Robin,
Não há comunicação,
Ablação da língua pela tecnologia,
Libras, então não será mais dinheiro,
Insanidade a toda prova,
Nasci um ser humano,
Morro como humanoide?
Caminho pelas sapatas da sociedade,
Corroídas e extremamente diminutas,
Não alicerçam nada,
Vemos isso em todos alhures,
Não posso, mesmo que gutural, um grito de horror,
Pois, quatro são os sentidos,
Bizarro silêncio de nós, mutantes,
Beijos roubados, poemas não recitados, falta de músicas e cânticos entoados,
Embora protostomados, deuterostomicamente somos abusados,
Seremos pelos menos homens ?
Celomática criatura ainda seremos ?
Ou o fim está mais próximo do homo sapiens sapiens ?
Cairá a cidadela ?
Uma nova Jericó ?
Paz na Terra aos homens de Boca e vontade.