Musa Inspiração

Perguntei outro dia à Inspiração

Por que ao relento me abandonara

Respondeu-me sem nenhuma hesitação

Que tantas vezes a porta encontrara

Escancaradamente aberta, e, vazio coração.

Calei-me ante tal irrefutável argumento

E lembre-me das visitas que recebera

Houve vezes que ecos ouvia dum sentimento

A que não dei ouvidos e não o transcrevera

Deixando-o preso e causando o atual lamento.

Perdão, Musa, dos poetas tão querida

Por nem sempre atender-te quando à porta

Me bates querendo ser dada à luz da Vida.

Mas é que a minha anda às vezes meio morta

Embora saiba eu, que alivias a minha ferida.

Por isso, aos teus desígnios me sujeito

E quando não me atendes não guardo rancores

Pois sei que no mundo a lei da causa e efeito

É imperativa, como espinhos são nas flores

No entanto, peço: – Acolha-me em teu peito!

Cícero – 24/04/2015

Cícero Carlos Lopes
Enviado por Cícero Carlos Lopes em 21/06/2015
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