Reflexões de um Reino há muito perdido
Na sombra dos dias vou vivendo
Correndo dos lobos e pisando nos insetos
Os vermes um a um vou queimando
Vivo um pesadelo acordado
Num mundo onde o eclipse é diário
A escuridão vai aos poucos me deixando calado
O silêncio domina meu mundo
Nas janelas da vida viro um sem nome esquecido
Tão pouco é minha significância nesta terra adormecida
Nas vielas e becos converso desvanecido
E quando o horizonte vira um misto de cinzas
Minhas asas crescem e voou para uma nova era
Onde o apocalipse caminha sorridente
Sendo seus cavaleiros ricos porcos inconsequentes!
As cidades jazem as torres de ferro
Tremendo sem base nem alicerce
A tempestade a todos engole
Minha capa se esvoaça no vazio das ruas
Os corvos sobrevoam o céu negro de nuvens
As pessoas estão presas em celas de vidro
Sonhando uma falsa realidade presas numa miragem
Pois o real é cruel demais para ser verdade...
Entro em tavernas já abandonadas
Cumprimento estatuas caladas
Onde estarão todos aqueles tolos beberrões
Talvez num manicômio oprimidos e chorões
Saio e olho caricaturas de uma igualdade ilegal
Pois é ilegal querer a paz
É proibido dos seus sonhos correr atrás
Tudo é negado as pessoas que nada tem
Chegou-se um tempo onde virou crime fazer o bem...
Crianças correm desesperadas na noite
Vendo seus pais mortos por uma corrupção nefasta
Bancos viram selvas de criaturas malvadas
Onde os fracos não tem vez
Os abandonados morrem sobrepujados pela insensatez
Este é o reino que foi construído
Com o sangue de cavaleiros caídos
Ganância de Monarcas poluídos
Suor de plebeus iludidos.