QUASE INVERNO
 
Quase inverno
E eu já estou aqui,
transitória...
Meio diferente...
Um tanto indiferente...
Nesse ciclo de coisas mutáveis.
Com uma diferença:
a natureza é perene,
eu não sou...
Apenas um ser mutável
preso na clausura maligna
de um “eu” indeciso.
Na pálida fatalidade do tempo
e dos propósitos tolos
de mudar-me...
Esse “infiel renovo
que se refaz a cada ano
no cair das folhas...
É que às vezes deixo cair
os sonhos morituros
para cobrir meu corpo,
cuja essência é quase inverno...
 
 



( Imagem: google)


OBS:É quase inverno. ele começará domingo dia 21 às 13h38. Para quem me conhece sabe que no meu poema há muito nas entrelinhas. Para mim o inverno tem um sentido ambíguo até porque na minha percepção tem muito a ver com o ciclo humano e não somente com o da natureza. Quando o escrevi ano passado eu pensava justamente nessa coisa de transição: outono pra inverno. Esse momento em que a gente vai se interiorizando mais e começa a refletir muitas coisas. Não necessariamente o fim. Porque eu epnso que não existe um fim de ato. quando algo termina, começa outro. Inclusive a vida. eu acho que a vida nunca termina. ela continua em algum lugar. E quanto ao frio que adoro não é só um frio da carne, mas da alma também. E acho que isso não é algo ruim porque é um momento que fazemos balanços da vida. eu acho isso mágico porque me aprece um momento de encontro com nosso eu e Deus. pensem nisso. Abraços a todos e um bom inverno. Não se assustem, não vou começar a ladainha de versos de inverno. Eu postei todos ano passado. rsrsrs. Só ficou esse e alguns haicais que vou postando aos poucos.