Recriação

Enquanto o mar dá beijos na areia,
ela passeia, em nua majestade,
alheia, a desfiar, ao fim da tarde,
a nuvem de desejos que a rodeia.

O sol lhe aquece o ventre e incedeia,
e põe todas as paixões em movimento.
E ela brinca na areia no  momento,
que o vento acaricia a sua teia.

O meu olhar atônito vagueia,
qual  barco que navega à deriva.
E do seu ventre um mar de água viva
agita-me o sangue pelas veias.

Nesse momento o vento serpenteia,
o mar recua as barbas no horizonte,
uma gaivota voa bem distante
e o sol sede lugar pra lua cheia.

A deusa se espreguiça na areia
e Deus recria o mundo nesse insatante.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 13/06/2015
Reeditado em 18/12/2019
Código do texto: T5276133
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