Sujeito Oculto
Que importa se aqui dentro é tão vazio,
Se o vazio contiver escuridão?
Quem admirou os astros bem já viu
Que no escuro mais belos eles são...
Que importa se há silêncio em demasia,
Se converso com ecos do meu grito?
Na loucura há sempre uma companhia
Conosco, em qualquer canto no infinito.
Que importa se contemplo um abismo,
Se ele me seduzir a ir bem fundo?
Por ele põe-se fim ao masoquismo
Dos porquês de ficarmos neste mundo...
Que importa se ninguém sabe quem sou,
Se às vezes conseguirem ver um vulto?
O ator sai-se tão bem porque ousou
Emprestar ao personagem seu "oculto"...