Casamata
Apesar,
De ter esperado refinamento dos crassos,
Alguma transparência dos baços,
Esperança insiste;
Como se,
Viesse castidade dentre os devassos,
Mentira e verdade andassem de braços,
A coisa resiste...
Malgrado,
Ter sonhado com parcimônia dos pródigos,
Ter acreditado na validade dos códigos,
Não desiste;
Mesmo,
Duvidando da utilidade do sólido segredo,
Que labora contra a verdade com seu dedo,
Em riste...
Outrossim,
Após os fatos desvendarem aos falsos,
Mesmo acossado pelo desengano no encalço,
Que triste!
Chega a beirar pré puberdade, inda criança,
Seguir adubando essa verde esperança,
Um chiste...
Enfim,
Esperança fútil que jamais se realizará
Existe, não pela certeza que a vida trará,
Pelo que ela traz;
Antídoto à depressão nessa injusta Terra,
Guarda o hospedeiro num cenário de guerra,
Casamata da paz...
Assim,
Mesmo esperando ditas que jamais irei vê-las
Essas utopias ainda necessito muito tê-las,
Erigidas;
Posto que negada, esperança merece palmas,
Pois, ela obra pra ser apenas o pão de almas,
E salva vidas...