MATURANDO

Já não gosto do café extra forte

prefiro as suaves possibilidades

Já não ando fazendo tudo ás pressas

E já não tenho receios de esquecer

Já esqueci

de ter medos

Já nem sei o que é me preocupar

Com aquela manchinha

que apareceu do lado esquerdo do peito

e que secretamente me diz

que não sou imune às manchas

Até aliais prefiro ,

do que em tempos outros,

onde acreditava na perfeição,

e temia uma espinha no rosto

sem saber que teria muitas no coração

E quando parei de olhar como os outros andam

e como se vestem

O que pensam e o que carregam nas mãos

E quando parei de olhar se estavam me olhando,

Ganhei

um mundo!

Ganhei um abraço de todas as contradições e devaneios que vivem nas pessoas

E como entendi e me senti

PESSOA!

Ousei até descartar o DESCARTES

E gritar:

SINTO, logo existo!

Açoitar os meus pensamentos

Que definem

, que julgam, que rotulam

Que decidem,

que parecem querer conhecer

de coisas,

e de gente...

na lata de lixo mais próxima!

E depois,

Deixar-me preencher como um balão de ar colorido

de toda intuição, de todo sentimento,

de toda a minha inteira verdade duvidosa

para quando esse balão explodisse

ou simplesmente alcançasse outras dimensões

não deixasse no ar apenas cópias mal feitas de mim